quinta-feira, janeiro 20, 2005


Lautrec, melancólico? Às vezes sim.

Belly spleeneando hoje, e eu, anteontem. Palavra interessante essa, spleen, que tem a ver com a época absinta em que viveram Baudelaire (com seu Spleen de Paris), Lautrec, Rimbaud, Verlaine e todo aquele povo que, além da bebida, também já era chegada numa erva (parece que na casa de algum deles de quem não lembro - afinal, minha outra encarnação nem tinha morrido - rolava uns saraus que bem podiam ter qualquer som do Bob Marley de fundo. Aliás, qual tipo de música será que eles associavam ao uso de drogas? Será que algo do gênero Debussy, Ravel ou Satie?). Os pouétas já morreram mas o maldito isplin continua, tendo hoje mais a ver com contas a pagar, gente chata a aturar, do que com uma possível melancolia vinda sei lá donde. Mas quem disse que Lautrec, por exemplo, não tinha de aturar gente chata - especialmente porque ele era muito baixinho e devia viver ouvindo que ele era pintor do rodapé do Moulin Rouge - e por isso ficava melancólico? Ninguém nunca mereceu gente chata, ninguém.

Update: uma breve citação sobre o spleen:
"Os ingleses, sempre buscando apoio no racional, fixaram o tédio no baço, ‘spleen’, onde ferveriam os negros humores da melancolia, do cansaço da vida, do pior dos desesperos, que é aquele sem causa aparente." ( Callado, Antonio, Folha de S.Paulo de 16.04 94, Ilustrada, pág. 5-8.)

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