terça-feira, setembro 23, 2003

Primavera primeira, Fernando Pessoa desassossegante, nesgas de sol batendo aqui sem revelar fundos azuis no céu.
Dreamlog: eu dormindo em outro quarto do apartamento, aqui mesmo, mas vendo através de frestas da persiana fechada, a sombra e o barulho de um trem que passava e não me deixava dormir. Quando a última composição passou, eu corri à janela e vi que aquele trem ia para São Vicente (eles só podem vir de ou ir para lá, visto que Santos costumava ser o terminal do trem suburbano, extinto), e eu fiquei contente porque gosto de pegar trens. Desviei-me da idéia, porém, vendo na TV que haveria um festival de música italiana (e, como conheço bem pouco do pop italiano, posso dizer que não gosto de nada que vem de lá). Soube, não sei se pela TV ou se por alguém que me disse, que minha mãe iria para Brasília (bem que podia ser eu! Tenho saudade dos Dias e vontade de conhecer os Machado e os Seslaf...rs) e fiquei novamente contente de poder ficar sozinha. Mas, em outro fragmento, eu estava na casa da minha há-muito-falecida tia-avó, deitada nua no sofá com alguém interessante. Mas daí ouvi um barulho na fechadura. Pulei do sofá, disse sussurrando ao meu par: "vai pro quarto!", e fui logo atrás. No que estamos entrando no quarto, nos salvando da porta que abria, eu olhei para trás e, na penumbra, no quarto que costumava ser da minha tia, estava ninguém menos que Delfim Neto, de bermuda, camiseta regata branca e suspensórios, lançando um olhar esbugalhado para mim.

E, bem, vejam, nem só de Fiona Apple eu tiro os (meus) exemplos para minhas fossas emocionais. Essa é do Pato Fu, e leio-a com um gosto de "não diga que não avisei":
(...)Porque sei calcular o valor de um amor que
desponta
Eu meço pelo tamanho da dor
Que no final eu sei que vai sobrar

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