Uma outra coisa é o mundo
Em perambulando pela Bamboletras ontem, dei de cara com o pequeno Sigmund Freud, do Celso Gutfreind, no versinho assustadoramente profundo (embora dirigido às crianças): "Que mania, Sigmundo,/de ser culpado de tudo!/Uma coisa é a tua cabeça,/uma outra coisa é o mundo."
E, pois, realmente, porque diabos na terra algo em mim insiste que devo sofrer? De onde vem esse impulso auto-martírico em engolir problemas que não são problemas, cuspir tempestades, digerir desesperos desnecessários?
No entanto, quando reli os versinhos do Gutfreind, veio-me uma vontade de chorar...
Não acho que eu deveria buscar as alegrias de uma vida franciscana, sem gás, sem aquecimento, sem dinheiro, ao menos enquanto eu trabalhar para enriquecer os outros. Não mesmo.
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