quinta-feira, junho 26, 2003

Tou ouvindo aquela música linda com a C?ssia Eller e o Nando Reis, acho que "Relicário", sei lá. É linda. Já desfiei aqui o quanto eu admirava a Cássia Eller, mesmo que a figura dela, a estética corporal dela não fizesse meu estilo. Tudo bem que para mim, ninguém se compara a Elis Regina, mas se tinha alguém que chegou até quase a tênue linha que falta para que haja comparação, esse alguém foi Cássia Eller. Estilos diferentes, claro, mas uma profunda e maravilhosa intensidade de interpretação. O engraçado é que antes de simplesmente prestar atenção em Cássia, eu a achava simplesmente uma machinha caminhoneira. Preconceito torpe, o meu. Voz grave, sim, performances de palco que incluíam pegadas num "saco" imaginário e cuspidas no chão, também. Mas aí ouço uma música como essa com Nando Reis e descubro que essa mulher diferente conseguia passar uma suavidade penetrante, e imagino que Cássia provavelmente era muito mais do que aquela aparência externa e por vezes, intimidante. Mas que fique claro: estou me referindo somente a ela.

Depois, enfim, das minhas considerações musicais, apenas mais uma: escrever esse blog ouvindo a Eldorado ao meio-dia faz com que meu texto seja escrito muito gostosamente, por conta de todas as Vozes do Brasil.

Entrei num estágio de transitoriedade emocional. Melhorei, está quase passando. Mas conheci alguém, numa busca desinteressada que acabou por se configurar num repente muito prazeroso. Isso é estranho. Gostar de alguém específico e gozar com o corpo de outro. A lembrança epidérmica é a do prazer físico mais recente, em que você sente as marcas na pele. Só que o anseio da alma é de estar com aquele com quem você quis dormir depois, ainda que no durante, o pensamento se voltasse apenas para o presente. É nisso que se pauta minha transitoriedade, talvez até o fim da semana isso passe... mas que a saudade tá aí me martelando, isso está.

Nenhum comentário: