domingo, maio 11, 2003

Ser mãe é padecer, não só no paraíso, mas na cidade, no campo, nos trabalhos de dupla jornada, da ignorância dos maridos, dos parentes, dos filhos e dela própria. Ser mãe é até ser subversiva, pelo lado bom e ruim da coisa, é estar na praça de Maio esperando por um único desfecho, é ser Zuzu Angel e morrer por isso... ser mãe também é ser anti-mãe, quando se constata que esse desejo intenso pode gerar uma Vilma que rouba um Pedrinho... anti-mãe também quando uma filha é nada mais que uma fonte de renda, quando é mais um braço pra lavoura, ou o estorvo de uma boca a mais para alimentar. Ser mãe é ser humano, mas com mais loucura, mais paixão, e talvez seja por isso que certos parafusos caiam no caminho.
Super proteção, super expectativa, super amor, super tudo. E ainda assim, há um risco, como disse Rita Lee: "a mão que afaga é da mãe que afoga". E ainda depois de tudo, espero que um dia o paraíso em que elas padecem seja autêntico, seja mais que isso, seja justamente o contrário, estar no inferno e ainda ter forças pra lutar. Mas já é assim, né?


foto de Jim Bastardo (que ironia, não?)

E, bem... eu tenho instinto materno. Mas sei lá, né? Não tenho tanta vontade assim.
E levamos, eu e meu irmão, nossa mãe deprimida a um restaurantezinho fofo.. que delícia, que delícia. Acho que tirá-la de casa à força foi bom...rs.


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