sexta-feira, maio 09, 2003

Noite fria, rádio chic, conta-gotas na decantação das minhas mazelas. Dura alguns dias, talvez para se acabar em definitivo. Sou agente de uma melancolia doce que se escapa dos meus olhos bem aos poucos, como aquele soro do pronto-socorro, aquele maldito soro que pinga mais imperceptivelmente que o andar do ponteiro das horas. Mas esse tempo passa e quando menos se espera, o outro dia já chegou. A terra engole os mortos e flores germinam da transformação do que outrora foi e já não é.
E só o que consigo concluir é essa paráfrase: "Nada se perde quando tudo se transforma". E é por isso que eu oferto a rosa colhida do futuro que terá decomposto todas as mágoas e névoas do entendimento.



E enfim, uma coisa que bem cabe aqui:

O que o vento não levou

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento


Mário Quintana, sempre e sempre.

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