Ela também aprendeu a amar Rilke, exatamente como eu amo. Eu até tentaria citar algo dele, mas meu livro está com ela, e o fato é que isso representa bem o que sou. Há, com cada pessoa que amo, um pedaço de mim que entreguei com carinho. E quase todos os links são de pessoas com quem mantenho uma relação estreita, ainda que à distância. Dessas pessoas eu nunca quererei me distanciar, e na verdade, não quero isso com ninguém. Apenas quero aprender a me deixar tocar por tudo o que também está bem perto, ao mesmo tempo em que relevo certas coisas que não me trazem nada além de aborrecimentos, e que são coisas criadas pelo meu próprio íntimo.
Hoje o dia foi tão bom... céu de brigadeiro, manhã de sol ofuscante, cumprimentos longínquos tais como uma brisa bem-vinda, a voz de alguém que me agrada, e meu trabalho que sei que conseguirei concluir, ainda que a toque de caixa. O que doía como uma marca feita com ferro quente (pois é, "quem com ferro fere, toma no cu"...rs), agora dói menos, que bom, que bom.
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